Alterações de densidade mamográfica impactam o risco de desenvolvimento de cancro da mama.

A densidade mamária1 é um fator de risco para o cancro da mama.

Uma análise longitudinal de uma coorte de 947 mulheres que durante 10 anos foram submetidas a rastreio de cancro da mama permitiu perceber se alterações na densidade mamária, detetadas por mamografia, estariam associadas a maior risco de desenvolvimento de cancro da mama.

Uma diminuição na densidade mamária foi observada em todas as mulheres, independentemente de desenvolverem ou não cancro da mama. Esta observação, da diminuição da densidade mamária, foi relatada previamente e descrita como um processo biológico fisiológico que pode estar associado à idade e à diminuição dos níveis hormonais circulantes, nomeadamente estrogénio e progesterona.

No entanto, a alteração da densidade volumétrica foi mais lenta em mulheres que foram mais tarde diagnosticadas com cancro.

A análise da densidade mamária é feita através da avaliação da densidade volumétrica de cada mamografia digital, com um algoritmo matemático desenvolvido pela Universidade de Washington nos EUA que permite processar estas imagens. Simplificadamente, o algoritmo considera apenas o tecido mamário, excluindo a pele. A percentagem volumétrica de densidade é estimada com volume do tecido glandular denso que é dividido pelo volume mamário total. A percentagem permite fazer comparações entre mulheres com diferentes tamanhos de mama.

Este estudo sugere que a mamografia digital pode ser uma ferramenta adicional na avaliação do risco de desenvolvimento de cancro da mama, de forma a criar estratégias individualizadas de redução do risco. No que concerne a alteração de densidade mamária, as variações temporais parecem ser distintas em mulheres que virão a desenvolver cancro de mama. Os mecanismos que explicam esse facto não são ainda totalmente conhecidos.

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1 Considerando a composição da mama da mulher, a densidade mamária é a proporção entre o tecido adiposo (gordura) e o tecido fibroso e glandular (que dá sustento às glândulas mamárias). Quando há uma maior quantidade do segundo, as mamas são mais densas. Numa mamografia, o tecido mamário fibroso e glandular aparece a branco.