Bactérias aumentam a eficácia de imunoterapia contra diferentes tipos de cancro
A disponibilidade de um amino ácido, a L-arginina, no microambiente tumoral é essencial para a eficácia da imunoterapia contra o cancro. Consequentemente, maior disponibilidade de L-arginina pode contribuir para uma melhor resposta a imunoterapias como os anticorpos contra PDL1 (por exemplo), cada vez mais utilizados para o tratamento de diferentes tipos de cancro incluindo cancro do intestino, melanoma e cancro da mama. No entanto, até à data, desconhecia-se como seria possível elevar os níveis de L-arginina exclusivamente no microambiente tumoral. Num estudo publicado agora na prestigiada revista Nature, uma equipa internacional de cientistas com coordenação de um grupo no Institute for Research in Biomedicine, Università della Svizzera italiana (Suíça), utilizaram uma estirpe de bactéria (E. coli) que se encontra em tumores – onde degrada amónia e produz L-arginina– para aumentar a concentração de L-arginina no microambiente tumoral.
A colonização de tumores com bactérias E. coli modificadas para produzirem níveis mais elevados de L-arginina, aumentaram localmente a concentração deste amino ácido, melhorando a eficácia da imunoterapia em modelos animais de cancro do intestino e melanoma. Este estudo demonstrou, pela primeira vez, o potencial clínico da interação entre microorganismos (tais como bactérias não patogénicas) e células imunes no microambiente tumoral em combinação com terapêuticas como a imunoterapia.
Metabolic modulation of tumours with engineered bacteria for immunotherapy