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Testemunho de A.P., de Guimarães, diagnosticada em 2021
- O que foi que lhe deu mais força ao longo do processo de recuperação?
Viver, viver para ver os meus netos crescer. Continuar com o meu propósito de cá estar.
- Manteve sempre a esperança? Se sim, o que ajudou?
Mantenho, só dia 8 junho 2023 fez 2 anos. Cada dia é um novo desafio, cada pontada (ainda que leve) serve para me lembrar que ainda estou em processo de cura.
- Que conselho daria a quem recebeu neste momento um diagnóstico?
Tranquilidade, nós somos um de tantos outros. Sem questões de porquê a mim? Tenho familiares com cancro de mama, a minha mãe com 90 anos não teve, não é genético, eu fiz mastectomia aos 62 anos. Recebi todos os resultados com serenidade, o contrário em nada iria ajudar.
- Que conselho daria a quem está neste momento a passar por um processo de recuperação/início de recuperação?
Continuar a jornada, sempre com espírito de superação e resiliência.
- Qual a maior lição que retirou desta fase da sua vida?
Que nada é mais valioso que a Saúde e que para seguir em frente temos que ser sempre o maior dos guerreiros.
- O que sentiu ao saber que estava recuperada?
Não sei, tenho 1 ano de hormonoterapia terei no mínimo mais 4. Há os desconfortos, mas há quem tenha dores maiores.
- O que sente ao saber que há cientistas que se dedicam exclusivamente a estudar esta doença e formas de tratamento?
Acredito que são pessoas sábias e altruístas. Desconhecia os mais recentes tratamentos e confiei nos que me foram aconselhados. Fiz quimio após cirurgia e imunoterapia.
- Que outras mensagens de força quer deixar para quem acabou de ser diagnosticado ou está em processo de tratamento?
O caminho é sempre em frente, só o Ser mais Poderoso o poderia desviar, quando isso não acontece temos que seguir nessa direção com a esperança de que chegaremos bem ao seu fim.
- Há algo mais que queira partilhar?
Um momento, tenho o primeiro: o meu ex marido sabia que eu ia levantar um exame com resultado importante, entrei no carro que ele conduzia e na viagem de 30m nunca me perguntou pelo exame, nessa hora já eu sabia que tinha um carcinoma invasivo. Só no dia seguinte comuniquei o resultado também aos meus filhos e sempre com aceitação. Vivo sozinha, todos os dias pela manhã agradeço pela noite e espero um novo dia.